Espírito motociclístico.

O que leva uma pessoa a deixar sua casa e família para trás e rodar pelo continente Sul Americano por quase 10.000 km? O que leva esta pessoa a enfrentar lugares inóspitos, países estranhos, a enfrentar frio e calor extremos? Talvez você não saiba explicar, mas como motociclista, no fundo da alma sabe e entende bem esses motivos. A verdade é que não há uma explicação! Mas sim o prazer de interagir com diferentes paisagens, culturas e tradições. Mesmo enfrentando altitudes de quase 5.000 metros, temperaturas de pouco abaixo de 0º C até mais de 50º C, longos trechos de estradas completamente vazias cruzando regiões chamadas de “Pampas del Infierno” devido ao extremo calor.

Tudo isso só para alcançar um objetivo. Tirar uma foto na mão do deserto (quase litoral do Chile), rasgando nosso continente do Atlântico ao Pacífico.

Esse é o Mario (aquele Mario), forte nas suas convicções e inabalável nos seus objetivos, amigo e parceiro, excelente piloto e – o principal - detalhista nos seus planejamentos.

O Mario concluirá amanhã (domingo 24/02/13) sua viagem e sinto-me na obrigação de recepciona-lo na Via Dutra, dar-lhe as boas vindas e um abraço. Comprovando a existência do chamado “espírito motociclístico”.

BEM VINDO MARIO.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quarto dia


O cansaço começa a diminuir reflexos, reciocínio e a paciência. Essa é a hora em que a experiência do grupo fala mais alto e todos chegam ao objetivo. Quando o Mario fala em "retas intermináveis", quase fico com inveja por não estar lá. Mas estou viajando com eles quando falo pelo Viber, por e-mail ou quando recebo seus relatos e coloco no blog. Vejam o lado bom da coisa: No próximo ano terei um relatório completo para seguir a minha própria expedição II / 2.
Ficha Técnica 12-02
Quilometragem rodada: 540 km
Variação de temperatura: 26º a 37º.
Velocidade em estrada: 50 a 140 km/hora
Condições metereologicas: Tempo bom – muito sol
Estrada: Em boas condições de tráfego

Histórico:

Fomos tomar café e ficamos discutindo qual lado estavam às nuvens escuras que o Coelho havia visto de seu quarto, se era para o lado Oeste, nossa direção ou para o lado inverso. Depois de uma sadia discurção, chegamos a conclusão que as nuvens estava a sudoeste e pela posição do vento, pressão etc, etc não iriam nos incomodar, isto que da viajar com especialistas em condições de tempo.
Quando sairmos do hotel, céu azul e de Brigadeiro apontando dia ensolarado, muita alegria em guardar as pantufas e capas. Bagagem arrumada. motos abastecidas, tudo pronto para mais um dia!
Os Deuses tem conspirado contra as fotos para o blog, tem encontrado todas as dificuldades possíveis para disponibilizaras fotos, vamos continuar insistindo, somos duro na queda!  Algumas fotos, planejamento e etc estão disponibilizadas no site: http://pt.fotoalbum.eu/peregrinosnoatacama. ficamos honrados com a visita.
Bem, voltamos a viagem,  deixamos para  trás a bela e aconchegante cidade de Posadas em direção a Itabe, quilometros mais quilometro de reta sem fim, nada de um lado e nada do outro lado, assim seguimos até a cidadezinha que tinha um único posto na rodovia, não deu outra, fila para abastecimento e aí nos tornamos a atração com fotos, repostas e etc, esta vida de estrela não deve ser muito tranqüila, mas nos sentimos os “caras”com nossas máquinas sendo a atração do Posto. Conclusão entre abastecimento, ingerir e expelir líquidos, levamos em torno de uma hora.
Seguimos agora rumo a cidade de Resistência, já do outro lado do Rio da Plata, na hora de fotografar a travessia a máquina que estava nas mãos de nossa fotógrafa oficial, deu pane, não falei que os deuses tem sido implacáveis neste aspecto, talvez para compensar outras benesses que nos tem sido dado, entre elas poder curtir toda esta viagem com saúde e sem nenhum susto maior.
Chegamos a cidade de Resistência, depois de algumas brigas com o GPS, conseguimos achar o caminho correto e fomos procurar posto de “nafta” para abastecimento, primeiro, segundo, terceiro e nada de combustível, todos sem gasolina já não lembro mais o número do posto chegou um cidadão informando onde poderíamos abastecer e nosso  Líder Coelho foi atrás, quando eu mais o Celestino saímos do posto fantasma, cadê os dois, sumiram! E agora? Para onde foram? Bem não adianta chorar, primeira coisa era abastecer. Entre uma rua e outra da cidade, passou um rapaz de bicicleta com roupa de uma rede de posto, perguntamos e batata! Indicou-nos o posto que ele trabalha e havia gasolina, bingo!
Depois de abastecidos, agora cadê o casal Sr e Sra Coelho? Liga para o celular deles, nada, liga para o Rio de janeiro, manda deixar recado no Facebook e bingo novamente, não demorou muito a Thais ligou, marcamos o ponto de encontro e rumo à cidade de Presidente Saèns Pena. Vale a pena registrar que toda esta façanha por volta de 13:00 / 14:00 debaixo de um sol de rachar e todo paramentado andando a 40 km por hora, quase derretemos e ficamos sem parada de almoço!
Chegamos a cidade de President Saèns Penna, por volta das 18:00 com alguns quilos a menos devido a transpiração, ainda bem que o hotel compensou. A cidade ficou admirada com nossa chegada, pois éramos os únicos entre as centenas de motos (maioria absoluta tipo Biz) que usava capacete. Impressionante como a cidade convive com os carros e motos. Irei colocar fotos no álbum e não estranhe em ver minha moto na calçada, isto é a lei !!!!